Arquitetura Eco-Sustentável

Arquitetura Eco-Sustentável

 

 

O que é Arquitetura Sustentável?

Sustentabilidade é, hoje, o ponto chave no conceito de desenvolvimento. O desenvolvimento sustentável assegura que sejam supridas as necessidades presentes, sem porém comprometer a possibilidade de futuras gerações satisfazerem as necessidades de seu tempo. A prática da arquitetura segundo esses princípios é denominada Arquitetura Sustentável ou Eco-Sustentável (para reforçar que não se trata de sustentação estrutural). Este termo está intimamente ligado a dois conceitos: energia e meio ambiente; e apóia-se sobre três pilares: deve ser socialmente justo, economicamente viável e preservar o meio-ambiente. Na arquitetura sustentável destacam-se a eficiência energética do edifício, a correta especificação dos materiais, a proteção da paisagem natural e o planejamento territorial, e o reaproveitamento de edifícios existentes.

O que é Arquitetura Bioclimática?

Ultimamente, tem se utilizado no meio técnico e acadêmico o termo “arquitetura bioclimática”, cada vez com mais freqüência. Entretanto, se uma arquitetura pode ser caracterizada como “bioclimática” é porque deve também haver uma arquitetura “não-bioclimática”. Este pensamento traz a tona a perplexidade de que possa haver arquiteturas não adequadas às condicionantes climáticas e geomorfológicas do sítio em que se insere. Mas não é este o fim da arquitetura, como descreve Vitruvius: “Os edifícios estarão bem adequados, se desde o princípio, se tem em conta o clima do lugar em que se constrói, porque não há dúvida de que devem ser distintos os edifícios que se fazem no Egito, dos que se fazem em Roma”. E segundo Romero (1998): “Arquitetura e clima são conceitos inseparáveis. Porém, produziu-se em tão larga escala uma arquitetura dissociada do clima que foi necessário criar uma segunda arquitetura e batizá-la de bioclimática. ”Pode-se dizer que uma Arquitetura Sustentável pressupõe ser Bioclimática.

Quais as estratégias para uma Arquitetura Sustentável?

As Nações Unidas (UNCHS, 1993, p. 25) apontaram as seguintes estratégias sustentáveis para o design de componentes de construção e projeto de edifícios:

- o uso de menos materiais, especialmente aqueles de alta energia, nos edifícios, buscando maneiras de reduzir a espessura de paredes, acabamentos, e pé direito, onde estes fatores não comprometam outros aspectos do desempenho do edifício;

- optar por materiais de baixa energia onde estes forem disponíveis, como por exemplo: o uso de madeira ao invés de aço ou concreto para vigas e treliças, uso de argamassa de cal ao invés de argamassa de cimento, uso de terra e tijolos de terra estabilizada ao invés de tijolos queimados, uso de blocos de concreto celular ao invés de blocos/painéis densos de concreto; optar por sistemas estruturais de baixa energia, como alvenaria auto-portante, em lugar de concreto armado ou estrutura metálica;

- projetar edifícios de baixa altura ao invés de edifícios de grande altura, onde as possibilidades permitam;

- optar, onde possível, por materiais de descarte ou reciclados, ou materiais que incorporem qualquer destes, como por exemplo, cimento aditivado com escória de alto-forno, mantas de impermeabilização asfáltica que incorporam papel reciclado, e materiais de demolição;

- projetar edifícios com longa durabilidade, porém facilmente adaptáveis a novas necessidades e requerimentos;

- projetar edifícios levando em conta a reciclagem de seus materiais, utilizando, por exemplo, argamassas “moles”, de modo a facilitar o reaproveitamento de tijolos e evitar onde possível o uso de concreto armado;

- especificar materiais que possam ser encontrados em locais próximos à obra e que tenham baixo custo de transporte.

Além destes, podemos destacar:

- o uso de sistemas de energia mais eficientes e menos poluentes, privilegiando as formas passivas de energia (inércia térmica, ventilação natural, iluminação natural, etc.) pela correta implantação do edifício.

- o uso de sistemas de coleta e tratamento de água para reduzir a demanda do sistema publico e proporcionar o uso racional da água.

- o uso de sistemas de automação e monitoramento inteligentes visando a otimização e a eficiência das instalações.

- o uso de sistemas para redução da formação de lixo e a correta separação e destinação do mesmo para reciclagem ou compostagem .

- o desenho funcional do edifício, reduzindo deslocamentos e equipamentos e permitindo a acessibilidade física de todos os ocupantes de forma autônoma e segura.

- o cuidado na preservação do local e seu entorno durante as obras civis e após.

- a otimização e racionalização do processo de construção, de modo a reduzir o desperdício e descarte de materiais durante a construção.

 

Quais os benefícios da Arquitetura Sustentável?

- Benefícios sociais: inclusão social, acessibilidade física, bem-estar e salubridade.

- Benefícios econômicos: redução do investimento de construção, redução do custo de utilização da edificação, possibilidade de reuso ou readequação da edificação e componentes para novas finalidades.

- Benefícios ambientais: redução do impacto ambiental, preservação e conservação dos recursos naturais.

Por que adotar a Arquitetura Sustentável em seus projetos?

Ainda que no Brasil não existam por hora parâmetros, sistemas de análise e certificação para a Arquitetura Sustentável, é possível nos espelharmos em modelos e experiências já desenvolvidos e antecipar a nossa atuação, indo de encontro a esta realidade do nosso planeta. Mesmo porque, a sustentabilidade plena passa por uma idéia de equilíbrio e perfeccionismo inatingíveis, uma certa utopia. Ainda assim, projetos e edificações podem ser mais, ou menos sustentáveis, criando níveis ou graus de sustentabilidade na arquitetura, tendendo a se aproximarem cada vez mais deste ideal e, portanto, contribuindo para a proteção do nosso eco-sistema e sociedade.